
Um céu vermelho
Pálpebras sem estrelas
Bolhas de vontade
Respingos de ausências
Piso em espumas
de memória
Nem joelhos para flexionar
Nem portas para fechar
Sentinelas se enquadram
na guarita das tevês
e nas páginas dos jornais
Andamento não melódico
Limite de um buraco negro
Não quero gestos apenas
memórias musculares
Tudo pode ser música,
mas há muita cacofonia
Pingamos resíduos
como seres jogados fora
para aprender
O distante e indeterminado
nos consola
Dados jogados onde não
se pode saber
No fio de uma taça
não há começo
Euclides Sandoval
(Poema publicado no Sol/Blow-up,
de Eduardo Barrox, 1999)
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