22/03/2011

OBRA-MÃE

Terminei a leitura de “Guerra e Paz”, de Tolstói. Obra de 1868. Vou alinhavando pontos sem a pretensão de me comparar com quem intimida até Hemingway... Que ninguém o ponha “num ringue com o sr. Toltói, a não ser que eu enlouqueça”, palavras dele. As páginas finais da obra, mais que justificativas, ensaio sobre “necessidade” e “liberdade”. O que ele diz é o que pode exprimir pela forma como o exprimiu. Não se trata de romance, poema ou crônica histórica. Vou pensando no meu “Manjar”. Nele há grosseria e muita banalidade nas relações conjugais. Muitas “sombras”, a serem vistas até como mal colocadas, daí o problema. Inexatas ou pouco fluidas, devidas a impulsos de inevitável literatice (no meu caso). Mas o que acontece, pelo menos se parece com a realidade. Não quero apresentar heróis ou anti-heróis, vilões ou pecadores, mas o que agrupa isso, ou seja, o feminino e o masculino em tudo. Pinto as coisas da maneira como as sinto e, nem sempre, sinto nas pinceladas. Algo a deduzir das leituras que se faz... E começo por mim. Sei que um livro não se acaba. A mentira parece necessária, sendo a essência da ficção. É que ocorre o tom geral do que se posta, para usar termo comum a escritores da web. Ser enfático, solene e desprovido de sentido preciso, desculpa para me justificar. Talvez me exceda no vituperioso contra mim próprio. (Escrevo ouvindo Carlos Lyra, e penso preferir canto e violão, ainda que domésticos, quando se expressa por se expressar.) Grandes homens são pseudos grandes homens. Corruptos são os que os tornam assim. Qualquer movimento social não pode ser causado pela vontade de uma única pessoa. Nunca existe uma só causa. Tolstói trata exaustivamente da interação entre necessidade e liberdade. Livre arbítrio? Existe? Há leis elementares como no caso das abelhas cujos zangões, no outono, se exterminam uns aos outros. Para experimentar a liberdade, posso agora parar de escrever.

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