
OBRA QUE RENASCE
Eu tinha uma pintura que fiz de Guimarães Rosa. Acho que o momento retratado foi da véspera de sua morte, uma foto. Houve outro trabalho, partindo do registro inicial. Só agora o enquadrei, depois de anos tendo sua companhia no atravancado “Espaço do Bispo”. A segunda pintura participou de mostra do “Olho Latino”. Mais tarde, contextualizei melhor a obra, acrescentando desenhos inspirados em ilustrações de Luís Jardim para o livro “Primeiras Estórias”. A temática do evento se referia a “mil e uma estórias”. Agora, novo alento para o antigo quadro (não o da exposição), Guimarães num chassi construído por mim. Tamanho maior para o que parecia descartado, textura grossa em tinta acrílica. Nova e indizível sensação. Prazer pela energia revelada, cheia de vida. Depois de meses sem usar o “Espaço do Bispo” (“aquilo é um limbo!”, dizem), com maquininha manual faço esquadrias. Como falava um amigo, artista e marchand, “quadros existem para pendurar”, vou aos poucos gerando lugar para o meu lado homo faber. Nada como reverenciar obras de outros tempos. Forte a carga biográfica e histórica, desde os anos 50.
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