12/05/2010

DE ONDE VIM E PARA ONDE VOU

Tudo tem um “além” e um “aquém”. Quando se diz que não existe um além, deve-se supor que determinado além seria substituído por outro além. Não aceitar o que transcende parece contrassenso. Um dos meus professores falava que negar a metafísica é admitir que haja outro algo, além da física. Para quem não acredita em uma essência espiritual como fonte originária para nossas vidas terrenas é pensar que a fonte do ser humano é outra. Claro que se eu possuo um ponto de vista mais amplo por certo errarei menos ao interpretar aspectos chaves da minha vida. Como encarar o amor, a verdade e o poder? Começa que o amor não é um fazer, mas um “permitir ser”. Na verdade, não passa de um intercâmbio manipulador de atenção e afetos. O amor é a fonte, amando-se a si mesma. Abertura, à vibração do amor, impregnando todas as nossas relações, com quem quer que seja, em todas as suas formas. É quando se compartilha mental, emocional e fisicamente.

Imagens que temos da realidade fazem a realidade. Assim como podemos nos reformular a cada etapa, o universo também se reformula a si mesmo. Ele depende da imagem que cada um faz do real.

Temos que retirar a casca de antigos conceitos de realidade, baseados na limitação e no medo.

O amor, interpretado com os olhos e os ouvidos do medo é, assim, distorcido. Sentir alegria é estar feliz. Não tem a ver com uma “ilha de caras”, porém com um paraíso de pessoas mais sensatas. Para, relaxa, escuta e confia... a partir do seu eu-espírito.

Nossos conceitos de realidade foram herdados de pais, professores, orientadores religiosos, pensadores, comunicadores, filmes, leituras, etc. Crenças geraram os eu-egos que devem estar abertos à mudança e a um discernimento menos confinado ao colete apertado do que é bom, mau, útil, eficaz, funcional, dentro de um sistema quantofrênico de valores.

O consumista de verdades deve ceder ao “deixar-se ir”, o que pode não ser, à primeira vista, seguro nem cômodo. A crença prende; a fé, liberta. A crença é cheia de deveres; a fé, abre-se às novas e enriquecedoras experiências.

Só se pode crer naquilo que já se conhece. Daí a limitação. A verdade está além do que se impõe. Mente e coração abertos, eis a chave para a transformação pessoal.

Do “poder sobre” para o “poder com”, este, o único autêntico de um ponto de vista espiritual.

“Descer” à Terra é uma brincadeira do espírito. Que seja mais convincente. Para consegui-lo, um véu encobriu a consciência, a fim de se começar uma vida inédita. Forma de se esquecer do próprio poder e da anterior identidade. Tudo pela nova experiência existencial.

Pensando no que já vivi... combati, disputei. Hoje quero transcender ao casuísmo das situações de confronto, recordando a verdadeira natureza humana, que é a do espírito.

Qual a intenção do espírito? Como fazer cantar o coração? O que você faz... lhe dá satisfação? É divertido? Serve aos propósitos de ascensão espiritual?

Fluir com a corrente... Não ir contra ela. Controle é ilusão. Estar em sintonia com o espírito é outra coisa... muito mais divertida.

O verdadeiro poder é um “estado de ser”, não um “estado de fazer”. “Ser” o poder é expressar o espírito.

Penso e digo para mim: Algumas vezes agirei sozinho; em outras, compartilharei com quem se encontra na mesma órbita de vibrações, em que atuo. Não espero abandonar qualidades de cooperação e solidariedade, até dentro da aura de poder de outrem. Sei que se podem co-criar coisas inéditas e maravilhosas. É o agir por dentro, em vez de forçar as decisões de fora para dentro... Aqui pode-se virar marginal, por mais inteligente que sejamos, ir para o limbo dos contestadores que perderam o jeito de dialogar.

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