A aquisição de conhecimentos é um
processo importante desde que ela não se resuma a mera acumulação de dados. Leitura,
novas experiências, filmes, relações grupais e artísticas... Entram aqui leigos
e acadêmicos de um saber constituído que precisa se renovar. Dá para incluir especialistas
que chegam a saber o necessário na vivência profissional, mas cuja aquisição do
saber pode pipocar para o nada. Transferir o Google para a nossa mente é como querer abarcar o infinito pelo
gargalo de uma garrafa. Temos a universalidade abstrata do lógico-formal (1); o
movimento dialético que confere
universalidade ao particular (2) e a concreção psicologicamente vivenciada ao
universal (3). Isso para se dizer algo a ser melhor compreendido. Vamos nos
esforçar para explicar essa coisa do abstrato e do concreto, do conceitual e do
vivido. Nas três modalidades de conhecimentos temos o papel do movimento
dialético, em que conhecimentos nunca são fixos, entendendo que a dualidade de
papéis pode inverter as posições de abrangente e agente. Lembrando: abrangente
(valor, paradigma); agente (pode ser o concreto sobre o qual agir). O que
conhecemos faz parte da percepção sensível, ou temos o movimento do particular
ao universal e o descenso do universal ao particular. Ainda existem simbolismos
como formas de concentração de energia e que ajudam a nos abrir o leque
compreensivo para conhecimentos de um ponto de vista espacial e outros de
caráter temporal. Deslocamentos espaço-temporais contribuem, em tese, para nos conduzir,
simbolicamente, a uma maior clareza sobre ambos os planos. “Em tese”, tal
expressão, abre novas possibilidades. Daí decorreria a “concreção do universal”
e a “universalização do particular”. Eis um modelo de desenvolvimento dialético
lógico-temporal, a partir do princípio dado, que confirma o padrão de relações
entre o Intelecto divino e a razão humana. Ao falar em “divino”, penso no que
transcende.
Há conhecimentos que excitam a
função imaginativa. Razão ou intuição determinam, pela vontade, por onde
começar. Orientação no espaço, sentido de direção, parada, corte e ritmo.
“Imaginação ativa” (Jung), suspicácia ou alerta. Não existe técnica para aplicá-la...
Apenas reconhecemos quando ocorre. Sugestão de paciência, abertura da mente,
estado meditativo não a galope por respostas esperadas, menos ansiedade, podem
ajudar.
Razão e intuição, como
explicitá-las? Há ideias, sentimentos e afetos que não se considera possíveis,
mas que estão vivos dentro de nós. Achar que pessoas normais sabem muito bem o
que pensam é esperar que certas coisas sejam compreendidas por quem não as
vivenciou. Existe um domínio pouco explorado de experiências psíquicas em que
poucos conseguem penetrar. Nele, um acréscimo de conhecimentos, cuja porta encerra
imagens simbólicas. Por exemplo, num sonho o motorista durante a condução do
carro, por momentos, permanece paralisado... As imagens do automóvel e da
paralisia, mesmo que o condutor se considere absoluto senhor da situação, ele
pode ser acometido de uma inércia não prevista. O fato de inexistir a
pré-consciência da paralisia, vale recorrer à lembrança, talvez, dos últimos
descontroles ou afobações. Estresse – um
sinal. No caso, não chegou a ocorrer desastre, mas a pessoa a quem o sonho nos
leva diretamente, em seu dia a dia, passou a apresentar preocupante mal físico.
Sua grande capacidade como motorista, não levou em conta que todos estamos
sujeitos a descompassos e acidentes, até
involuntariamente. Muito zelosa nos seus afazeres, trabalho e relações
familiares, a pessoa do motorista vive predisposta a estados de indignação.
Muito previdente e providente, é mente e coração abertos a necessidades reais
ou imaginadas na convivência humana diária.
Costuma vir à mente espécie de
tábua salvatória – a autorregulação. Acreditar que tudo na vida segue um
caminho, além do destino que até podemos chamar de provação, seria passo para
um certo desarmamento. Desengatilhar intenções e respostas prontas, na certeza
de que o estado de imperfeição não só pertence às coisas do mundo como às
almas. Preocupações, em geral, constituem despreparo mental para imaginar o
positivo que nos torna serenos e confiantes, melhor dispostos para agir com
correção. Quadros mentais e sentimentos são quadros expostos. Pensamos na base
de estereótipos, imagens cristalizadas pelo costume. Existe, inclusive, a chaga
dos preconceitos. Então, é por demais fácil se entregar ao negativo, já que há
tanta coisa errada e condenável. Nas dúvidas, orar.
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