31/05/2012

COISAS E LINGUAGEM

Na medida em que vou acrescentando objetos (quadros, esculturas, aparelhos, pastas, recortes, etc.), o que funciona e o que virou sucata, tornando o espaço atravancado, surgem razões as mais diversas. Restos e cacos podem virar arranjos estruturais.
O bricabraque, mesmo fora do constituinte social e cultural, chega a introduzir elementos a mais na ordem humana. É como se virasse coisa, com espírito próprio. O espírito também é uma coisa. Seu funcionamento nos instrui sobre a natureza das coisas. O apelo ao observador é para que se coloque no ponto de vista do sentido. É o ser dos elementos se incorporando em objetos, restos e cacos. O indefinível de uma linguagem. Signos tomam o lugar de coisas significadas.
No aparente caos das minhas “cavernas” vai aumentando a sensação de riqueza escondida pronta a dar um bote de sentido. Sem observar diferenças, como descobrir propriedades? É o que vale para pessoas, seres e coisas.
/ Ilustr.: Pintura, "Vibração" (ES)

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