02/11/2011

MENTIR POR MEDO OU PROPÓSITO

Não é legal mentir, mas quem não mente? Mentir por medo ou propósito? Para se defender? Para evitar a formação no outro de uma imagem que não lhe interessa cristalizar? Para fugir a longos questionamentos? Para não ter invadida a própria privacidade? Para não agredir? A fim de contornar impulsos viscerais?... Afinal, não somos perfeitos. Ruim ter uma imagem de sujeito muito especial ou individualista (o que afasta as pessoas)... Ou de esquisito. A sociedade quer que você se encaixe em modelos. A coisa da burra unanimidade. Nos meus últimos escritos aponto alguns defeitos, que até agora não compartilhei. Não gosto que alimentem expectativas como se eu possuísse personalidade de “avis rara”. Trata-se de situações que podem afetar minha autoestima... e, claro, guardo alguns segredos. Penso na equilibração entre o direito do anonimato e a necessidade de comunicar. Sei que se eu me escondo, outros também se sentirão estimulados a não se abrir. Estar sempre se camuflando gera mal-entendidos. Diálogo sugere abertura. Sem abertura não há universo compartilhado. Mas, se tudo é compartilhado sobra o quê? O sujeito deixa de existir, vira peça de uma engrenagem. Sonhar em “viver na verdade” pode ser um sonho bonito... mas nada prático. Perder a própria intimidade é perder tudo. Redes sociais muitas vezes não passam de palco para simulacros. Tenho algumas gavetas trancadas, forma de não ofender, por exemplo, quem eu estimo. Outra coisa é você se abrir na arte. Ficção pode abrigar mais verdades do que o nome que é a coisa. Exorcizar pela literatura, pela arte... Como faz bem! Você pode chocar, aí é outra coisa. Artistas chegam a escandalizar a época em que vivem. Ponderação sobre valores, para se encontrar o tom mais ou menos adequado. A escolha é sua. Cabe a pergunta, que me fizeram certa vez: Você prefere o risco ou o movimento?... Eu escolho o movimento!

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