24/06/2010

SÓ PARA INGLÊS VER

Há os que dizem – ou dão a entender – “não espere nada de mim”. É como se lavassem as mãos, estruturando defesas. São paradoxais, passando a ideia de que o mundo é um par de opostos sem escolha. Se essa gente é engraçada, chega a valer a pitada de leveza. Que a vida flui de modo polar, tudo bem, mas sempre precisamos escolher. Para isso há os paradigmas que ajudam na compreensão do fenômeno humano e os que provocam uma confusão medonha. O que é aberto e o que é fechado. Por exemplo, o que é mais importante como valor orientador?... Respeitar a natureza ou aviltá-la? Sei que há formas de respeitar e o que parece ofender pode ser o contrário. Daí a necessidade de diálogo ou nenhuma verdade, mesmo provisória, se chega a impor. Não dá para chamá-los de niilistas (os que em nada acreditam), nem de pessoas totalmente desesperançosas, embora passem essa imagem. Talvez se alinhem melhor na ala dos pessimistas. Nem tanto, pois alimentam a expectativa inconfessável de que compartilham com quem pelo menos os leem ou veem. Encontrar quem os ouça, parece que a melhor disposição é mais dos confrades. Despertam minha curiosidade e, não raro, levantam o que está fora da linha reta. Me faz pensar e produzir textos como este. Gostaria de dizer que se pode acreditar em intuições, sincronicidades (o que está fora da lei de causalidade), espírito, energia, família (lugar onde sentimentos e emoções podem ser aprofundados), mitos (sugerem esquemas de pensamento e ação), sonhos (cujo principal artefato são os símbolos), teorias (a melhor prática já é uma boa teoria), amor (por mais equívoco que seja o termo, sugere reciprocidade, cooperação, amizade, compartilhamento, respeito mútuo... entre tantas coisas boas, tudo incorporado numa única palavra). Por outro lado, o que é ruim não deve ser simplesmente negado ou afastado... É a sombra que, se compreendida, nos ajuda a entender a totalidade que significa ser humano. Ninguém é absolutamente nada, desprezível, nem representa a suprema perfeição. Poderão dizer: mas na família prevalece o espírito territorial de exclusividade e posse, além da rigidez de papeis. Eis um desafio para se encontrar as melhores respostas. Um esquema ajuda: alcançar mobilidade estável em patamares que buscam as qualidades agrupadas no sentimento do amor (citadas acima).

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