
A compreensão do papel de Freud em nossas vidas é algo indiscutível. A noção de inconsciente. Sei que Jung foi além. Outros, como Reich, deram também grande contribuição para o estudo do fenômeno humano, pondo os pés na terra com a sua energia orgônica. Depois, filósofos, antropólogos, literatos, cientistas, pensadores, de ontem e hoje, esclarecem aspectos obscuros de uma psique incapaz de se entender. Há, inclusive, os oshos da vida. Longe o fato de se saciar o desejo de saber tudo sobre essa espécie de salto quântico que é o sentimento, o pensamento, a sensação e a intuição. Numa palavra, a vida. Talvez, ainda bem, para que a existência permaneça a suprema aventura. Vê-la com seus altos e baixos, alegrias e tristezas, acertos e falhas, enfim como processo dual, água que desce a montanha, enfrentando saliências e reentrâncias, para finalmente, se acalmar num lago cristalino... Mesmo assim, como tudo é começo continuado, e sujeito à mobilidade da chama originária, a placidez da água não está imune à turbulência causada pela natureza. O lago pode tornar-se revolto e transbordar. Um pouco de paz intelectual, como a que estou experimentando agora, me leva a ousar nesta elucubração. Não me sinto especialista em nada, minha sapiência sugere uma sopa de letrinhas. Ao ousar, me provoco a continuar fuçando onde consigo, mesmo que seja rabo de elefante, sem que eu conheça o dono. Sou um bisbilhoteiro buscando conceitos nas subjetividades. Meu lado bricoleur é o que compensa essa faceta muito semelhante à dos tipos da comédia italiana, deles, o doutor, misto de causídico e cirurgião. Na bricolagem, a extroversão, quando me relaciono com objetos e o que está fora de mim. Mesmo aí, o cajado, na busca de significados. A sina é sempre a vertigem que pode levar à compreensão. Como no monólogo de Hamlet, não se chega a nada... a não ser a um etcetera, o que já é algo.
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