21/07/2018

MANJAR E IPANSOTERA



Chamar certas obras de livros é dizer muito pouco. Às vezes são projetos de dezenas de anos. Caso do Manjar Branco no Asfalto que chamo de romance mas não passa de obra ambiciosa. Recentemente devo editar centenas de tuítes com o nome Ipansotera. Os tuítes ou hipotiposes (outro nome) andam há anos pela internet. Continuo produzindo textos avulsos, fragmentos, ao sabor de momentos mesclados num só fluxo. Os livros crescem, passagens são excluídas, enquanto outras se incluem. Sem enredo e cronologia, a ordem correta é fora de ordem. No caso das hipotiposes cada edição é um livro diferente. Quais páginas incluir e em que ordem? Pensando também nos meus Cadernos do Beiral, em que há textos manuscritos a decifrar, caligrafia em caixa alta, dificuldades se repetem. Que tal páginas avulsas em recipientes adequados, o leitor montando os próprios conjuntos? Livro inacabado? Mandálico, mutante, a critério de quem lê. Obra que renasce e se refaz, segundo o gosto do interlocutor. Questões autopropostas, um diário íntimo, reflexões filosóficas, prosa poética, orientação existencial, consciência fragmentada em palavras e imagens . Não há definições para esgotar o definido. De raspão, diria que ipansotera tem a ver com alegria e tristeza da vida; hipotipose sugere rascunho, esboço.

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