19/04/2018

NAVEGANDO



Indo para o tempo pessoal, maneira de postar sem cravar nas redes sociais, processo autocompreensivo. Terreno mais seguro para se pisar. Espaço de desejos e constatações. Cheguei à noite, vindo de Atibaia, trazido. Casa da filha Paula. Maria também veio, em outro carro. André, marido de minha neta, no volante, eu, o Tito (bisneto) na cadeirinha. Maria no outro automóvel, Gabi dirigindo, a Mel (outra bisneta), atrás. Chegamos  praticamente juntos, sem combinar. À noite, quase nada conversei – aquele extremo da bi-lateralidade. Claro que não queria sair de casa. Vou experimentando a atitude zen de nem querer pensar. Exercício de humildade vale se o amor bafeja. Não ficar avaliando as coisas e os outros. Eu queria ir para a costumeira soneca depois do almoço. Um pouco de percussão... Quem despreza sambinha, tocado e cantado, num cavaco?! Quando acontece de cochilar, vou  dormir. Antes de desligar costuma ocorrer a habitual leitura de algumas páginas do Inácio Ferreira. Já li e reli livros desse autor. Sempre sensações novas. Parece saudosa imaginação. Mundo espiritual concreto como em nossa crosta. Pouco doutrinário, para ser, no desejo do psiquiatra Inácio, nada doutrinário. O mundo da outra dimensão, certo que mais sutil, fora das ortodoxias – não é espírita. Pode  abranger todos os credos. Cada um na sua morada planetária. Certo que a mais próxima possui agrupamentos e espíritos de todas as éticas e morais. Daí a sensação de que continuamos na Terra. A morte não é a glória, nem a desdita. Não passa de água com suas quedas e turbulências de rio que vai para o mar. A gente se apega ao cotidiano, pensando que a vida se resume em pesos e contrapesos, vitória e derrota, ritos e delitos. Na simbologia das igrejas, religiões, artes temos o liga/desliga ou empurra e agarra. A espada de Dâmocles nos manda para a outra casa do Pai, onde há muitas moradas. Vamos voltar a Campinas, onde a Paula está morando. Minha filha na missão de assistir quem precisa de cuidados e oportunidades melhores para a travessia terrena. João Jr.,  aos setenta e poucos, com seu “cachorrinho” (sacola de urina) para esvaziar a bexiga preguiçosa. Com o balde, ajudado, pra lá e pra cá. Saúde precária por condições menos estáveis e controláveis. Pego meu notebook, num canto de silêncio, revendo o que sobra na memória. Forma de esvaziar conteúdos gastos. Cedo, lá pelas 8 horas, antes de levantar – sempre a Maria preocupada com logística – acorda o paspalho aqui. Faço a minha massagem habitual, no baixo ventre. Dá para sentir o residual que está se formando. Vou ao banheiro, cumpro tarefas diárias, fisiológicas e de higiene, belo banho com um chuveiro fino e forte. Ainda sob a água cumpro o que o corpo exige de alongamentos. Um kit que sigo desde longa data. Arrumo a cama (velho hábito). Desço para fazer o café (adoro escadas, ótimas para a flexão das pernas, evitando varizes). Tomo um suco verde, já preparado (tratamento vip) e o meu remédio para pressão alta. Antes, ao levantar, é hora do Lycopodium, em jejum, ótimo para a a autoconfiança.
                                               (Sábado, 14/10/17 – Campinas. No blogspot.com, quinta-feira, 19/4/18)
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