A ideia perturbadora de outros entrarem no meu Pensatório
para fazer limpeza e arrumação...
Eu próprio nem sei como pôr ordem naquela bagunça.
Era uma manhã de sábado, dia da Adriana fazer a faxina.
Fiquei mais tempo, sonolento, na cama. Protelei ao
máximo a minha ida até a copa. Dali, a porta aberta do Pensatório, eu sentiria
a faina. Maria prometeu deixar tudo nos mesmos lugares, tendo o maior cuidado.
Pensei: Devo ficar calado, nada dizer, não me metendo
no trabalho delas. Sei que têm a maior boa vontade. A intenção é totalmente
positiva. De fato há urgência na limpeza. O maior problema é não deixar a
bagunça como estava, eu encontrando o que claramente sabia onde achar. Mesmo em
silêncio Maria notou que a minha cara demonstrava contrariedade. Sinto que eu estava
apreensivo. O autor daquela mixórdia se via diante do caos gerado. Caos que
tentavam corrigir. Sei que a tarefa era vã. Maria viu que a cara não era de aprovação.
Esperava um mínimo de reconhecimento por todo aquele esforço, delas, invadindo
um território minado. Como num clima de trevas, aconteceram impropérios de
ambos os lados: da força tarefa e do dono do desconjuntado ambiente. E gora, José?
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