Há os que precisam ver para crer. Outra forma é sentir de forma
intuitiva sem a necessidade de provas físicas. São duas vertentes do saber. No
segundo caso, para o entendimento, basta incluir novas possibilidades. Existem
verdades psíquicas que não precisam ser explicadas ou demonstradas. Tal atitude
corresponderia mais a um ato de devoção fora da objetividade científica? A
razão se chocando com o sentimento ou a intuição? De outro lado estaria uma
espécie de religiosidade, termo que foca a palavra religião no sentido de
“tornar a ligar” (Jung).
Religiosidade pode ser desenvolvida, cultivada e aprofundada; também
negligenciada, deturpada ou reprimida.
Como um denominador para artes e drogas é mais do que a atitude de
que “a vida só não basta”, ou de simples fuga do cotidiano. Para quem preferir,
acrescente-se o produto entorpecedor da droga, portanto o contrário de
combustível espiritual para a ação.
Aí estão meios de se descobrirem dimensões outras no mundo tido
como real. Questão impertinente é a que indaga sobre o que é fato ou versão. Fato,
o que se comprova; versão, no terreno do imaginário.
Busca da totalidade psíquica é fonte de energia, experiência
carregada de qualidades a um tempo terríveis e fascinantes. Como indicador a crença em Deus, ou
simplesmente admitir que nos relacionamos com um fator desconhecido em si, cujo
nome nem importa. No sistema da psique humana é inerente a presença de Deus.
Evidente que Ele existe.
O homem, como possuidor do dom do pensamento... A chamada “fé raciocinada”, atribuída ao espiritismo, equipara a religião
à ciência. Inclusive, o próprio
temperamento científico possui o aspecto devoto (William James).
No caso da linguagem dos símbolos religiosos, o significado psicológico
deles precisa aclarar para que não sejam relegados ao esquecimento.
A religião é como um instinto. Aciona elementos com fortíssimas cargas
energéticas e intenso dinamismo. O termo numinoso
parece melhor expressar isso. Sonhos, visões ou êxtases podem nos levar a esses
fatores. Encarnam: deuses, demônios, espíritos... Deuses possíveis e
imagináveis.
Uma ponte móvel sobe e desce. Na horizontalidade, a comunicação racional
tende a estabelecer-se de um lado para o outro. Quando sobe, a ponte representa
o ego que se dirige para o espiritual e a mística. Áreas distintas de conhecimento. No nível da
água ou da terra, a ponte pensa mais. Ao subir, há quem consegue ligar o
consciente ao inconsciente, encontrando a
linguagem simbólica. A mesma dos sonhos e das visões. Nos símbolos, farta
energia.
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