Selecionar o que se lê, vê ou ouve deveria fazer parte da lide diária.
Um bom jornal, com bons colunistas e ensaios, entrevistas e reportagens
inteligentes ajuda no entendimento do mundo e da vida. É não passar em branca
nuvem, como se diz. O rádio e a televisão podem ser boas ferramentas numa
melhor sintonização desses meios. Saber pelo saber, passando ao largo do que valeria
a pena repercutir é como o turista em seus voos rasantes, apenas lembrando o
que viu, a maior compreensão boiando. No último dia 13, leio sobre o novo livro
da historiadora Mary del Priore, “Do Outro Lado” (ed. Planeta). Como lidamos
com o inexplicável? O que há depois da morte? Sei que quem não vivenciou certas
experiências dificilmente crê na relação dos vivos com o mundo espiritual. Sobram
informações desde a antiguidade. Mais próximos de nós, entre meados do século
19 e começo do 20, há relatos recolhidos em livros e na imprensa brasileira. Mesas
falantes (ou volantes) ocorreram no país, notícias que datam desde 1853. O que
era febre na Europa e principalmente na França. Pianos rodopiavam em Fortaleza...
A divulgação de fatos e ideias espiritualistas vive impasse com alas
materialistas e fundamentalistas de ateus, agnósticos e inatistas... Estes demonstram
dificuldades em extrair o espírito das letras (penso na Bíblia). O pior é a falta
de interesse pelo estudo e a investigação. Há uma irracionalidade presente no
mundo racional. Eu, quando menino e adolescente, presenciei mesas e copos falantes
nas casas de meus pais e do tio Zezé. Experiências tidas como sobrenaturais sempre
atraíram artistas, intelectuais e outros interessados. Coelho Neto (1864-1934),
acreditava na comunicação com os mortos. O barão de Santo Ângelo (1806-1879, em
carta de 1867, a dom Pedro 2º, falou em ordens divinas para condenar a escravidão.
Monteiro Lobato conseguiu êxito no contato com espíritos. O interesse surgiu a
partir das mortes de seus filhos. Qual a família sem casos considerados sobrenaturais,
como o que se atribui a ocorrências mediúnicas: psicografias, vidências, fenômenos
de voz direta e sons inexplicáveis, comunicações orais, premonições comprovadas?
Casos de obsessão e assédio, demências, a desafiar a psiquiatria convencional, são
tratados em sessões e curados através da ação de espíritos. Para não falar nas
cirurgias espirituais comuns nos dias de hoje. A chamada esquizofrenia, assim como
neuroses e psicoses, poderiam incluir um componente espiritual perturbador... E
fora da reencarnação, como explicar hipóteses de resgate (lei de causa e efeito),
a precocidade na arte e os “idiots savants”? Estes, fora da normalidade, chegam
a demonstrar habilidades incríveis e talento em áreas específicas. Há dados que
os sabedores do sistema podem ver como possibilidades, e isso já é positivo. Grande a bibliografia sobre o
assunto, desde obras mais palatáveis (Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira) às dedicadas ao aprofundamento (Kardek, Chico / André Luiz, Emmanuel).
O livro de Mary del Priore, ex-professora da USP, é minha próxima leitura.
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