20/09/2014

O ATO DE DUVIDAR



Dúvidas sobre a exposição de ideias que acirram preconceitos levam à ocultação de vivências até preciosas. Preciosas para quem pela obstinação já se cristalizou num casulo? Em todas as épocas sempre houve céticos inveterados. Gostaria de me dirigir, inclusive, àqueles que se enraizaram em verdades há muito caducadas. Sei que grande problema está no nome das coisas. Ao abstrair palavras e porquês, se mergulhamos no “como” as coisas acontecem ou não, alguma fresta de luz pode valer a pena. Isto se ainda existe esperança nas secreções cerebrais, pensando até em moléculas fluídicas. Moléculas entendidas como a mínima porção idêntica à natureza do que faz parte. Música e cores, por exemplo, chegam a produzir sensações de alegria ou de tristeza. Há campos vibratórios por onde percorrem essas moléculas. Graus diferentes de radiação, numa infinidade combinatória, formam imagens.
Face às imagens da música e das artes plásticas nosso cérebro age como polo atrativo. Uma placa sensível que reverbera o mais sutil ou o mais profundo. Ao traduzir isso em pensamentos, o resultado é mais ou menos compreensível. De acordo com esse aspecto orgânico só aceitamos o que encontra respaldo, de acordo com nosso viver. Comum reconhecermos pessoas como grosseiras, e, outras, como de sensibilidade apurada. Estas, mais abertas a possíveis novas conquistas do saber. Não culpo o ato de duvidar. Só que existe o que é metódico e o que revela grosseira rigidez – a dúvida não meramente perceptiva. Neste segundo caso, eu diria, o que se configura como estrutural no indivíduo, o pensamento, mais plástico do que a percepção. Leva em conta durações no espaço/tempo, buscando não só o que é semelhante. Integra e relaciona diferenças.

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