Que as imagens “ouçam” o que sai do útero onde foram geradas. Palavras
ao vento... ou o que não se sabe. Para ficar ou serem substituídas. Todo verbo
ou imagem expressados não vivem esse dilema? Imagens falam por si...
Quando o autor sente que a forma é literal como representação, vai aí uma provável
balela. No processo criador ocorrem vestígios de antigas experiências e do não
narrável. Existe algo primordial. Quem não foi tragado por sonhos, daí nascendo
procedimentos e obras oriundas do que não se explica? Da vivência de associações
nascem pensamentos próprios. Quando se segue um caminho a partir do claro e do
distinto? Há uma montanha mágica e posições face a fantasias. Coisas que escrevemos
e pensamos podem chegar à forma de ensaios e obras literárias e artísticas de
maior fôlego, ou poemas como “O Gigante”... Não quero ser um gigante maduro e
sem cheiro (do meu livro “Ecos e Sombras”)... Assumimos tipos, o que limita de
antemão as mais profundas intenções. O confronto de nós com o mundo, as relações
com pessoas e coisas. O posto através da arte impressiona tanto como qualquer relato
circunstancial. Nossa personalidade limita a maneira de ver o mundo e dirigir-se
a ele. Quando nasce uma unidade capaz de compensar a multiplicidade do querer e
do que se imagina? Às vezes é parar e esperar. Na contemplação do mar também se
colhe alimento para o espírito. O “self”, como a ponte pênsil da consciência,
acionado, é o que a liga ao inconsciente. Inconsciente: a grande esfera que
guarda a bolota da consciência. O perigo é fugir da realidade. Imagens que nascem
sem que haja maior compreensão sobre como surgiram podem nos ajudar no caminho
de volta ao mundo. Chegam a servir para o escoamento de confusões interiores.
Preocupações tendem a nos tirar o pé do chão do cotidiano. Compulsões de fome,
de agressão ou de sexualidade... Estas, expressões diversas da energia psíquica.
Há algo que podemos fazer a fim de sentir o mais digno para a vida. Essencial a
noção de que a existência se ilumina com o significado do amor. O homem é o segundo
criador: dá ao mundo a capacidade de ser o que queremos que seja. (Pintura ES: "Homomachine")

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