29/07/2014

IMAGENS E SERES



Que as imagens “ouçam” o que sai do útero onde foram geradas. Palavras ao vento... ou o que não se sabe. Para ficar ou serem substituídas. Todo verbo ou imagem expressados   não vivem esse dilema? Imagens falam por si... Quando o autor sente que a forma é literal como representação, vai aí uma provável balela. No processo criador ocorrem vestígios de antigas experiências e do não narrável. Existe algo primordial. Quem não foi tragado por sonhos, daí nascendo procedimentos e obras oriundas do que não se explica? Da vivência de associações nascem pensamentos próprios. Quando se segue um caminho a partir do claro e do distinto? Há uma montanha mágica e posições face a fantasias. Coisas que escrevemos e pensamos podem chegar à forma de ensaios e obras literárias e artísticas de maior fôlego, ou poemas como “O Gigante”... Não quero ser um gigante maduro e sem cheiro (do meu livro “Ecos e Sombras”)... Assumimos tipos, o que limita de antemão as mais profundas intenções. O confronto de nós com o mundo, as relações com pessoas e coisas. O posto através da arte impressiona tanto como qualquer relato circunstancial. Nossa personalidade limita a maneira de ver o mundo e dirigir-se a ele. Quando nasce uma unidade capaz de compensar a multiplicidade do querer e do que se imagina? Às vezes é parar e esperar. Na contemplação do mar também se colhe alimento para o espírito. O “self”, como a ponte pênsil da consciência, acionado, é o que a liga ao inconsciente. Inconsciente: a grande esfera que guarda a bolota da consciência. O perigo é fugir da realidade. Imagens que nascem sem que haja maior compreensão sobre como surgiram podem nos ajudar no caminho de volta ao mundo. Chegam a servir para o escoamento de confusões interiores. Preocupações tendem a nos tirar o pé do chão do cotidiano. Compulsões de fome, de agressão ou de sexualidade... Estas, expressões diversas da energia psíquica. Há algo que podemos fazer a fim de sentir o mais digno para a vida. Essencial a noção de que a existência se ilumina com o significado do amor. O homem é o segundo criador: dá ao mundo a capacidade de ser o que queremos que seja. (Pintura ES: "Homomachine") 




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