08/06/2014

NEM TUDO SÃO CINZAS




Mais uma vez me vejo numa espécie de tomada de consciência do que represento para mim mesmo. Espécie de novo retrato 3x4, rendendo algumas homenagens.
Não sou possuidor da Verdade, embora disposto a tocar, de forma reflexiva, em estruturas humanas, voltado para um conhecimento experimental do que é tido como realidade.
Meu maior interesse é a busca e a descoberta. Cheio de imperfeições, compartilhei a presença amiga de pessoas notáveis, hoje falecidas, que nos legaram ensinamentos e obras do maior valor. Há quem conheço através da escrita em livros e palavras na mídia impressa e falada. Sei que mais importante do que as clivagens do bem e do mal, do certo e do errado, de forma catequética, é o raciocínio dual de polos que interagem, abrangente e agente, nas lições de G.W.G. Moraes. Com o psiquiatra Célio Garcia aprendi que mais importante do que doutrinar é explicitar, ele um psicossociólogo. Com Zenaide de Araújo tive a lição da prática, como superior ao ato de envergar a coluna sobre os livros. Com o sociólogo Salomão Becker aprendi que vale um ideal, ainda que acima de nossas ações cotidianas. Com Roberto Freire (o psicanalista somático) que o fundamental é amar, mesmo dando vexame, lição que pouco digeri. Com Sérgio Brito, a importância da dramática sem exageros. Com Fernando Torres, o papel da amizade em situações difíceis, quando participava do elenco de “Os interesses criados”, de Jacinto Benavente (TBC). Lauro de Oliveira Lima me ajudou a sair do comportamentismo (estímulo-resposta) para o interacionismo (Piaget), quando você dá e recebe influência. A lista vai longe, o que acontecerá mais tarde. Acrescentaria agora os não-vivos-de carne e osso, como os conhecemos entre nós, terrenos. Dos voltados para as realidades vivas da alma, destaco Jung; para as do espírito, além de Kardec/Chico Xavier – Inácio Ferreira. Com este psiquiatra, psicografado por Carlos A. Baccelli, portas de esclarecimento se abriram para as terras da espiritualidade, de forma palatável, sem eiras nem beiras. Na outra dimensão, também, chão duro a ser pisado por nossos corpos, além de sutilezas e as cinzas do tempo. E o mais fundamental para as realidades existenciais, no meu caso, é a união com Maria, esposa que sempre me despertou para as realidades do dia a dia. Sem ela, por certo, eu já teria sucumbido.        

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