HISTÓRIA DE VIDA

O mundo da alma se estende ao infinito. Sei que tal noção pode ser vista como “selvagem” ou esotérica.

Se por esotérico se entende “à luz da espiritualidade”, e não propriamente como o que se prende a postulados doutrinários, estaremos na escala do que se denomina “fé raciocinada”.

Histórias de vida se distanciam umas das outras, porém o que mais nos importa é saber ou intuir em que medida uma posição filosófica ou científica promove a existência, mantendo-a, e conservando a integridade da espécie. Que seja, inclusive, capaz de melhorar a vida.

Atitudes filosóficas, criativas e de fé, perpassam todas as áreas do saber e das ações, não só as religiosas, mas também as da ciência.  Ranços doutrinários são percalços a evitar. Não devemos nos sentir reféns de pressupostos caducos. A tradição deve ser repensada em tempos de alta mobilidade. Pelo menos, quando a física fala em “criação imperfeita”, “o fim da terra e do céu”, “a dança do universo” (temas de livros de Marcelo Gleiser). Acrescento teólogos de mente aberta como Leonardo Boff e psicografias como as de André Luiz e Inácio Ferreira. Surge o que merece ser considerado com indelével atenção. Face a história de vida, e de vida após a morte, não existe apenas uma interpretação. Vida, morte, atitudes e comportamentos; conceitos e prescrições; valores (paradigmas); outras visões de mundo e multiuniverso, chegam a alargar os coletes apertados que nos cegam para outras possibilidades expansivas. Transcendência e espiritualidade, assim como amar a todos como a si mesmo, hoje, viraram boutades.  Trilha que tende a escorrer para um pessimismo exacerbado ou suicídio niilista. O que ocorre quando o foco é só inatista, culturalista ou de um interacionismo falacioso, pelo fato de só se ver o próprio umbigo. Neste terceiro caso, “quem não concorda comigo, é contra mim”. Algo mafioso, não é? A pedida é deixar de se apoiar em nosso pequeno canto como o único, a partir do qual tenhamos o direito de defender perspectiva exclusivista.

Se a alma se extende ao infinito, e o tempo é só uma imagem da eternidade, vamos alargar o espírito.