16/04/2014

AO PÉ DO FOGO



Fiz postagens (tuítes) como numa conversa íntima em que a gente fala sobre as próprias desculpas. Racionalizações em que procuramos estar de bem com nós mesmos. Pensei em papéis que representamos em diversos momentos da vida. Desde os familiares aos profissionais, a gente precisa ser responsável. Distinguir atuação de representação parece adequado. Na atuação talvez um blefe menor do que na representação. Representar é como nas dramatizações ficcionais. Atuar é você conseguir uma identificação maior com o que faz. Se procedemos como catalisadores grande pode ser a cobrança. Chegam a esperar proezas de nossa parte. Mas não somos donos irrepreensíveis do papel desempenhado. Ir tomando consciência do próprio esforço em agir e se aperfeiçoar, a principal motivação. Aquilo que já disse nos tuítes: não somos “o craque”, nem gênios, nem Deus. E o epíteto de guru, um dos piores (se boutade tudo bem). Conheço alguns que não chegam a honrar o próprio papel de aconselhadores. Põem-se de fora nas situações analisadas. Sei que se torna difícil distinguir entre fatos e versões, fofocas e realidades. Comum a projeção com desculpas para justificar até desejos incorretos ou não éticos.
“Quem tem razão?”, nas discussões que muitas vezes não passam de jogos de poder. Compartilhar experiências é outra coisa. Lembro o diálogo em que um cientista agnóstico e religiosos de diferentes credos, Frei Betto e o ecumênico Waldemar Falcão, trocam as próprias vivências. Um, por exemplo, fala da meditação transcendental durante postura de recolhimento; outro, a pratica pescando; há todo um ritual e o peixe é devolvido à água. O livro é “Conversa sobre a fé e a ciência”, muito elucidativo. Li obras de Marcelo, eu com minhas  anotações, às vezes, sem registro da fonte. De acordo com a Física moderna, tudo na natureza flutua. Nada fica parado no mesmo lugar. Esse comportamento paradoxal da matéria é conhecido como “princípio da incerteza”. Concluo com o físico: “A morte deve nos inspirar, mas jamais nos paralisar”. Marcelo vê ciência, fé e artes, irmanadas.

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