19/01/2014

O TODO DO NADA



À medida que vou aprendendo sobre espiritualidade vejo que ela, também, valoriza a matéria e a ciência. Nossa ciência de causa e efeito e a física quântica, onde a incerteza é a tônica. Religião, extrapolando os sentidos materiais. O mistério buscado pela ciência é cada vez menos misterioso, graças à religião. Quando o materialismo se detém, necessário um salto quântico. A espiritualidade revela um mundo novo de mãos e pés tocando o antes inconcebível. Entre ambas, ciência e religião, há tendências opostas, mas complementares.
Há uma individualidade, sem a qual não se mantém um mínimo de ordem estratificada. Ordem do sistema em que vivemos e que, de certa forma, nos nutre com suas estruturas formais. Agora, há um todo, pelos materialistas ortodoxos visto como nada, que torna o sistema mais viável ao longo do tempo. Exige-se um equilíbrio entre integração e autoafirmação. Flexibilidade e abertura para a mudança no “todo maior”e no autoafirmativo individual.
Falta maior disposição para mergulhar no “como” dos fenômenos espirituais, o que exige pesquisa e estudo, e o olhar para crer. Ficar buscando porquês, pela centração em resultados, pode comprometer a bela tarefa, mais de natureza metafísica.
O lado “misterioso” recebe nomes como Deus, Buda, Alá, Espírito... Acrescenta-se o “ismo” e surge a disciplina, o que chega a ser propalado e ensinado. Gente que se aliena numa objetividade fechada; quem não busca o real, no mais amplo sentido das ações, em que o mensurável e o subjetivo se complementam; a não maior correspondência entre pensamento, vontade e ação constituem verdadeiros tropeços.
Engrenagens de um sistema casuístico, com seus dispositivos poderosos podem levar a erros fatais... Difícil desenvolver a percepção de efeitos ainda não detectados, embora muito mais desastrosos. Temos formas inimagináveis de entropia acrescidas à desintegração grupal e social.
Daí a necessidade de maior percepção face a anomalias do tipo: distribuição grosseiramente desigual de benefícios; perda de energia e desperdício de recursos humanos e naturais; menor percepção da dinâmica subjacente aos problemas, pela falta de uma intuição sistêmica. 

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