31/10/2010


Uma coisa que me intriga é o caráter territorial da família. Trata-se de um amor exclusivista.
Possuir só uma parcela de humanos pode ser ato de amor até um certo limite. O amor genuíno não se particulariza.
Não se define a palavra amor. Ou se ama ou não se ama.
Sexo é sensação; amor é sentimento. Isso não é definição. Juntar os dois – belo desafio.
Almas gêmeas... A questão é como fica a humanidade? Líderes religiosos como Gandhi e Jesus têm almas gêmeas?!
Sentimos que pelo amor não poderíamos viver separados de quem amamos. Assim é camuflado o amor maior que sentimos por nós mesmos? Cuidado, mano!
Apego excessivo a alguém é como se nosso amor fosse posto, no outro, goela abaixo. Sufocante para o outro assim como para nós.
Carl Rogers, aquele psicólogo libertário, dizia que quem é dependente do amor de outrem não chega a amar de forma autêntica.
Consciência planetária deve ser uma conquista própria. Se você não transcende, o que é que vai transcender?
Se eu não reajo, o ofendido passa a ser o próprio ofensor.
Ser bom é mais uma questão de bom senso. O mal não se cura com o mal.
A dor ajuda a sanear a atmosfera psíquica. Para quem não quer sofrer, só se agir como artista.
Inferno é a projeção da mente culpada.
A vida humana é o que o humano pensa. Com o espírito é a mesma coisa.
Diante da necessidade de agir, o saber deixa de ser prioritário.
Na existência avançada surge a oportunidade de se ampliar a compreensão e o amor.

Um comentário:

  1. Texto irretocável. Me identifiquei muito com ele. O amor exclusivista da família é algo sufocante mesmo e creio que faz mal para a própria família. Quem não tem amizades fora da família tende a depender muito da aprovação e do "amor dos parentes". E, segundo aquele filme, "parente é serpente"...hehe Enfim, precisamos de amigos, dentro ou fora da família, com quem nos identificamos e junto a quem podemos exercer ao máximo nossa espontaneidade (e com o mínimo de reservas culturais, no conceito do Roberto Freire). O que também prejudica as relações familiares é o fato de que indivíduos são transformados em papéis sociais (pensamento seu que sempre cito em rodas de conversa). É quando eu deixo de ser eu, Daniel, para ser "o filho"; quando tu deixas de ser você, o Euclides, para ser "o vô"; e nisso residem expectativas (veladas) a serem cumpridas. E quando há expectativas... há frustrações. Enfim, não é fácil quebrar os círculos e as rotinas e relacionar-se com pessoas diferentes, pois isso gera estranhamento e desconforto; mas talvez nos faça compreender melhor quem somos e, inclusive, o quanto gostamos dos familiares que nos rodeiam diariamente. Nas minhas crises agudas o aprendizado se faz sempre o mesmo: há momentos em que sair de casa é fundamental para que se ame, ainda mais, a própria casa. Desconforto e estranhamento são elementos importantes no processo de equilibração. Acupuntura necessária de tempos em tempos... Grande abraço, Daniel.
    (não delete esse meu comentário, como fizeste com o anterior, hein!!) :)

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