O que acontece quando por imposições externas somos tirados da
própria rotina. Aquele metabolismo de atitudes, ações e do fazer diário? Pode
ser um momento antes de acordar com o detestável som não programado do telefone
próximo ao aconchegante travesseiro. Uma coisa é quando nos preparamos para
acordar de forma combinada com o relógio. Outra é a invasão atabalhoada desse
frio objeto eletrônico. Um corte no esperar, do ritmo ameno de quem não quer ou
não precisa continuar no mundo das imagens, atos, ideias, etc. Clima em que
prevalece o involuntário circunstancial, embora repleto de sentidos simbólicos.
Todos, de forma clara ou implícita, queremos ser donos do próprio ritmo de
pensar e agir. O que é necessário no espaço-tempo namora com o momento e a
intenção. Bom quando as coisas a serem feitas não se atrasam e correspondem a
boas expectativas. Nem tudo serve ao bem comum no sistema caótico e doentio em
que vivemos. Ver as coisas com olhos e corações abertos, fora das quatro
dimensões imaginadas não é fácil de ocorrer. Sabe-se que existe algo ao invés
de nada. Em outras palavras, por que o mundo e a vida são assim? Entre ciência
e espiritualidade há profundezas a nos desafiar? De um lado o “ovo cósmico”, do
outro, as leis da física. A física evoluiu, desde a sua origem até a chegada da
mecânica quântica e da teoria da relatividade. Da Grécia antiga às primeiras
décadas do século XX. A espiritualidade tem um papel importante no processo
criativo de vários cientistas. A gente se fechar à busca do que não faz parte
da rotina cotidiana cognitiva é como dar um tiro no próprio pé. Seja o chato
instrumento eletrônico que chega a implodir nossos sentidos; seja a
interferência de qualquer elemento contraditório a atrapalhar o fluir do rio
cotidiano, o processo da autodescoberta, ainda que, por vezes, dolorido,
trata-se de algo “pró-cura”. A luz e a dor salvarão o mundo, já foi dito num
momento iluminado. A vida é bela, como dizia meu irmão.
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