Nossa potencialidade para perceber – ver, ouvir, sentir, intuir –
não tem limites.
Limites são postos pela razão. Entram aqui condicionamentos
adquiridos, preconceitos, visão de mundo.
Qualquer área do pensamento e da ação inclui elementos subjetivos
e objetivos.
Sentimento tem a ver com clivagem (o certo e o errado), sensação
(objeto dos sentidos materiais), intuição (o que pode fugir dos ditames
racionais).
Eu sei o que estou pensando agora. Nem sempre, através do pensamento,
me dou bem com a realidade.
Lembro aquele físico brasileiro multidisciplinar que foi assistente
de Einstein, Mario Schenberg. Ele se interessava pelo estudo da
paranormalidade.
Existe convergência entre fé e ciência. As questões aqui, embora
pareçam dissonantes, importam a quem as considera como forma de aprendizagem.
Colher opiniões divergentes – o que a educação escolar deveria
privilegiar.
Aceitação da pluralidade em
clima de espontânea transparência. Ser permeável a outras ideias e culturas.
Difícil a interação entre ciência e fé, nas relações com o poder e
com o fundamentalismo.
A natureza do poder é ser conservador. É retrógrado por querer
manter, perpetuar...
A ciência, ao desvendar um número cada vez maior de mistérios,
acabará se sobrepondo aos sistemas de ideias e práticas fechadas em cânones
rígidos.
Credos e ideologias chegam a nos tirar o livre manejo de causas e
fins. Que agonize o marketing para conseguir adeptos.
Face à solidão da alma e a imortalidade do corpo, não se precisará
viajar para a Transilvânia a fim de driblar a morte.
Um pouco de abertura para a transcendência pode ajudar.
Temos duas vocações: a religiosa – cabeça erguida –, e a de manter os pés no chão. Espiritualidade é
a baliza.
Ciência e religião, ambas fascinantes, com o mistério que as
prodigaliza.
Fechar-se para a busca é como desprezar o não conhecido, numa
acomodação passiva.
Prender-se ao que é circunstancial, com pouca reflexão, tende a
gerar angústias muito sofridas.
Não querer suprir deficiências com novos voos, até os
surpreendentes, é subverter a parte curiosa de nossa natureza.
Conheci inteligentes agnósticos que apelavam para o divino nas
horas derradeiras. O sofrimento desmonta teorias consagradas pela materialidade
mais tacanha.
Uma postura com diálogo aberto para o divergente ajudaria a
consolidar a amizade entre fé e ciência.
Necessário fortalecer a disposição para que se clareie o que transcende
à atualidade dos fatos.
Autocrítica, sem constrangimentos, faz parte de quem não é mantido
pela ignorância.
Quero que se entenda que o que está sendo dito não depende do nível
de escolaridade, quociente de inteligência, dotes especiais propiciados pela
cultura dos vencedores e excluídos.
Por que não o desassombro? Há um peso histórico suave, mas firme,
sobre os ombros humanos no relacionamento com fenômenos paranormais.
Tantas respostas e propostas de indagações se instalam nos que se
interessam pelo que não está tão oculto como se imagina.
Há razões que tangenciam o cósmico e o místico, o sobrenatural e o
natural objetivo e concreto.
Estamos acostumados com o negar peremptório da relação entre os
mundos do além e do aquém, até que tudo se restabeleça como o eterno vivo evolutivo.
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ATEUS E AGNÓSTICOS
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