05/03/2016

VIDA E SENTIDO

Nossa potencialidade para perceber – ver, ouvir, sentir, intuir – não tem limites.

Limites são postos pela razão. Entram aqui condicionamentos adquiridos, preconceitos, visão de mundo.

Qualquer área do pensamento e da ação inclui elementos subjetivos e objetivos.

Sentimento tem a ver com clivagem (o certo e o errado), sensação (objeto dos sentidos materiais), intuição (o que pode fugir dos ditames racionais).

Eu sei o que estou pensando agora. Nem sempre, através do pensamento, me dou bem com a realidade.

Lembro aquele físico brasileiro multidisciplinar que foi assistente de Einstein, Mario Schenberg. Ele se interessava pelo estudo da paranormalidade.

Existe convergência entre fé e ciência. As questões aqui, embora pareçam dissonantes, importam a quem as considera como forma de aprendizagem.

Colher opiniões divergentes – o que a educação escolar deveria privilegiar.

Aceitação da  pluralidade em clima de espontânea transparência. Ser permeável a outras ideias e culturas.

Difícil a interação entre ciência e fé, nas relações com o poder e com o fundamentalismo.

A natureza do poder é ser conservador. É retrógrado por querer manter, perpetuar...

A ciência, ao desvendar um número cada vez maior de mistérios, acabará se sobrepondo aos sistemas de ideias e práticas fechadas em cânones rígidos.

Credos e ideologias chegam a nos tirar o livre manejo de causas e fins. Que agonize o marketing para conseguir adeptos.

Face à solidão da alma e a imortalidade do corpo, não se precisará viajar para a Transilvânia a fim de driblar a morte.

Um pouco de abertura para a transcendência pode ajudar.

Temos duas vocações: a religiosa – cabeça erguida –,  e a de manter os pés no chão. Espiritualidade é a baliza.

Ciência e religião, ambas fascinantes, com o mistério que as prodigaliza.

Fechar-se para a busca é como desprezar o não conhecido, numa acomodação passiva.

Prender-se ao que é circunstancial, com pouca reflexão, tende a gerar angústias muito sofridas.

Não querer suprir deficiências com novos voos, até os surpreendentes, é subverter a parte curiosa de nossa natureza.

Conheci inteligentes agnósticos que apelavam para o divino nas horas derradeiras. O sofrimento desmonta teorias consagradas pela materialidade mais tacanha.

Uma postura com diálogo aberto para o divergente ajudaria a consolidar a amizade entre fé e ciência.

Necessário fortalecer a disposição para que se clareie o que transcende à atualidade dos fatos.

Autocrítica, sem constrangimentos, faz parte de quem não é mantido pela ignorância.

Quero que se entenda que o que está sendo dito não depende do nível de escolaridade, quociente de inteligência, dotes especiais propiciados pela cultura dos vencedores e excluídos.    

Por que não o desassombro? Há um peso histórico suave, mas firme, sobre os ombros humanos no relacionamento com fenômenos paranormais.

Tantas respostas e propostas de indagações se instalam nos que se interessam pelo que não está tão oculto como se imagina.

Há razões que tangenciam o cósmico e o místico, o sobrenatural e o natural objetivo e concreto.

Estamos acostumados com o negar peremptório da relação entre os mundos do além e do aquém, até que tudo se restabeleça como o eterno vivo evolutivo.
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ATEUS E AGNÓSTICOS

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