01/03/2016

A BRISA DA PACIÊNCIA

Difícil assumir o amigo ou o desafeto a fim de compreendê-los. Quem é diferente possui o que pode se chocar com a nossa maneira de ser. Consenso universal: Não há dois indivíduos iguais. Comum manter expectativas com relação a atitudes e comportamentos da outra pessoa. Seja no âmbito familiar ou no social, o que sentimos e pensamos e os sentimentos e pensamentos alheios constituem dilema a considerar. Temos um pavio mais ou menos curto em várias situações. Horas, dias e anos forjam  existências distintas. Seres pouco ou nada semelhantes. Hábitos, manias, vícios, caracteres psicológicos e físicos tornam cada humano inconfundível. E para completar a diversidade, fatores biológicos e cármicos (algo a resgatar de um passado adverso).
Quando se entrelaçam os indivíduos em família, grupos de trabalho ou lazer, e nos aglomerados, influências batem e são rebatidas em tons de luz e sombra. O que rege os agrupamentos, por menos claro, segue ditames, por leis de causa e efeito ou pouco lineares. Sem motivo explícito pode-se reconhecer o fenômeno da sincronicidade: situação imprevista e até inconcebível. O racional lógico dos humanos, reconhecidamente limitado, estende-se à ciência, à filosofia e à teologia. Então não se trata de acreditar ou não no ocorrido (ou tido assim), mas incluir o fato provável, para reflexão e estudo. Nossa principal dinâmica ocupa a linha do aprender para evoluir. Uma bolinha, depois de leve impulso, sobe e desce sozinha no arame retorcido em espiral. Nem importa discutir sobre a validade da imagem. Corresponde a um mínimo de sensatez, caso a entendermos desse jeito. Tantas as coisas obscuras na natureza e na vida. Admitir fragilidade no manejo dos próprios neurônios lembra a ironia socrática de que sabemos o que nada sabemos.
Mais na terra sob o sol, passo alguns preceitos (nada de fórmulas infalíveis). O que pode ajudar a quem pensa e consegue praticar a reversibilidade (pensar e sentir o que o outro pensa e sente). Uma coisa é não esperar nada de ninguém, em termos de cobrança e aprovação, tantos os fatores em jogo nas áreas familiar e social. Compreender mais do que tolerar. Indulgência e não perdões sumários, só por perdoar... Considerar sofridas imposições declaradas e repulsas figadais quando o sangue chega à cabeça. Em vez de acanhada humildade, que a gente não descure do próprio eixo. Estar aberto à busca, mesmo em territórios desconhecidos, para que o encoberto se desvenda. Mais amor do que medo, silêncio e oração nas dificuldades. E como este discurso é uma colcha de Penélope, se acontece a prova nos piores momentos, não esquecer a paciência como uma mão amiga. E concentrar em si a energia do touro (lembro o querido mentor espiritual Lua Branca).


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