21/02/2016

Humano, demasiado humano

Expressar-se para quem estaria pelo menos disposto a dialogar sobre a possibilidade de se continuar vivo depois da morte. A atenção voltada para fartos dados sobre a manifestação dos espíritos e a sua relação com os encarnados. Conversas de tempos antanhos. Obras escritas por pesquisadores sérios, até cientistas (Willian Crooks e suas experiências de materialização com a médium Kate King); pensadores importantes, literatos (Victor Hugo, Monteiro Lobato), filósofos, religiosos e observadores ativos. Há fenômenos que, se estudados com isenção preconceituosa, poderão modificar radicalmente a natureza humana materialista. A própria matéria ser vista como ondas vibratórias (energia). A física moderna e suas novas respostas.
Face à ciência e ao conhecimento existem os pilares: fonte de poder, ou de luz para o espírito. O primeiro, ver o conhecimento como espaço de concentração de forças para o domínio de pessoas, e de situações. Parâmetro num mundo coisificado de planos, metas, na quantofrenia corrente. Modo normal de governo e na forma de administrar. Vencedores e excluídos – a consequência. Para esse motor até necessário o combustível do dinheiro, das propinas e da corrupção. Lei: em tudo ser beneficiado com bens subjetivos e materiais. Decreta-se estado de emergência nas privações e nos anseios de lucros; nas guerras, na insegurança social, nas catástrofes de várias naturezas. Tudo é válido, até o inaceitável no considerado normal. Estar dentro e fora da lei. Quanto isso gera zonas de sombras! E ao estar fora da lei, tal postura ecoa como legal. Não é preciso dizer que o rio deságua não no mar, mas num abismo cavernoso, aterrador.
Fora da autodestruição existe o pilar da luz para o espírito. Que se entenda que esses parâmetros não correspondem a estados puros e absolutos. Ambos se mesclam na relação abrangente/agente. Quando um deles é o abrangente (paradigma)?... E quando o outro é o problema (agente)?...
O que menos ameaça a solidariedade, os direitos humanos, a reciprocidade (sentimento do nós), a interação cooperativa e a autonomia dos seres é o que ilumina a inteligência e os afetos, caminho do não fazer aos outros o que não desejamos para nós. Princípios cristãos entram aqui: o amar como Jesus nos amou.
Mecanismos e meios estão à nossa disposição. Principalmente cuidados para não exaltarmos a razão, em detrimento do sentimento, da sensação e da intuição. Luta agressiva em oposição à prática do amor e da caridade. Não jogar as pessoas na área do não direito. Ver os indivíduos como cidadãos protagônicos, parte ativa na sociedade. Não enxergar excluídos por qualquer índice de diferença (nação, raça, índole, status socioeconômico, ideologia). Trabalhar preconceitos e assimetrias – o que alimenta radicalizações.
Um conselho é não fazer o que não curtimos pelo significado. Pensar no outro sim, no que enriquece a alma coletiva. Seja tímido e modesto... Isso é difícil para mim e para muitos. Não ter medo de mostrar aos outros o que acumulamos, o que se pensa ter perdido, o guardado precioso e ainda não trabalhado (textos, imagens, lembranças, objetos). Somos o que nos cerca. Mesmo o empoeirado, o desarranjado, o não funcional, o sujo. A verdade se desvenda sempre. Grande desafio é ir saneando o não habitável. E propiciando encontros existenciais, pensando e sentindo o que o outro pensa e sente.

__________________ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário