Há o que só imaginamos e o que se encaixa
na “realidade”. Muitas visões cercam essa palavra. O que ela é para uns não é
para outros. O que se imagina, e pode se apoiar no existente, chega a ser
chamado de utopia, ficção, fantasia, mistério, etc. O que temos como certo e o
que temos como errado. A Física partiu das certezas para reconhecer, inclusive,
as incertezas. A clássica, newtoniana, e a Física Quântica. Onda, partícula, se
a luz é uma coisa e não outra, concluindo-se que se compõe de onda e partícula conjuminadas.
Então, um leigo como eu, facilmente tem como certo, também, o incerto. Hoje,
penso muito na passagem para um outro estado de espírito. Meus erros e falhas
sinalizam mudanças e transformações pessoais e coletivas. Claro que o homem tem
a ver com tudo o que acontece: caos, corrupção, atos de coragem e vandalismo, a
arte e suas múltiplas linguagens, as nuances do bem e do amor... O humano como
ser abominável ou gente capaz dos atos mais dignos e memoráveis. Tirar a
responsabilidade dos seres nas coisas do mundo é atitude de profunda
ignorância.
Tem me ocorrido que nossa vida possui duas
frentes para frente e para trás. O passado, que não é só onda e partícula,
possui massa. Costuma exercer pressões devidas e inesperadas. Pode ajudar e
atrapalhar nosso dia a dia. Melhor ver o presente como idade de ouro, e tocar a
vida com o versátil instrumento do corpo e da mente. Pitadas de espiritualidade
contribuem para nos fortalecer. Aí volta a questão da utopia. O que não é
distópico, mas verdadeiro, soa como notas de uma melodia extraordinária. Não se
perder em elucubrações das que mais perturbam do que esclarecem. Sempre a luz,
palavra indefinível caso a gente deseje interromper o movimento circular
vicioso da busca do que “tudo sabe”. Imperfeição borda no tear das atitudes e
dos conhecimentos.
Um dado que nos parece precioso é o de que,
ao fraquejar, abrimos as portas para todo o tipo de assédio. Assédio do passado
empobrecido; assédio do torvelinho do presente. Palavras, hoje, muito comuns
como estresse, angústia, depressão, surgidas no caminho da ansiedade,
demonstram fraquezas persecutórias, ou advindas da acumulação de fazeres e bens
dos mais nutrientes aos surpléfuos.
Em tudo temos o jogo dos polos em constante
interação. O negativo e o positivo, paradoxo em que a vida flui. O raciocínio
simples de que o mais baixo gera o mais alto, da alegria se chega à tristeza, e
o contrário de tudo que se polariza faz com que a existência se torne algo
exemplar para o entendimento do papel de cada um no universo infinito. A
animada grandiloquência exige um paradigma executável e cabível em todas as
suas cores.
Raciocínios de causalidade, assim como os
de sincronicidade fazem parte do que é capaz de nortear o processo evolutivo a
que somos devedores. Concluir que a
existência é uma escola, onde se é avaliado pelas nossa ações e reações
diuturnas. Há notas, sempre numa tessitura
misericordiosa, porém de infabilidade crescente, duradoura, como o
nascer e o recolhimento para o sol. Não é este astro que imaginamos romper o
dia e se recolher nas últimas horas de luz? Entender que nós nascemos e nos
pomos para ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário