13/07/2015

NOITE ESTRELADA

Há o que só imaginamos e o que se encaixa na “realidade”. Muitas visões cercam essa palavra. O que ela é para uns não é para outros. O que se imagina, e pode se apoiar no existente, chega a ser chamado de utopia, ficção, fantasia, mistério, etc. O que temos como certo e o que temos como errado. A Física partiu das certezas para reconhecer, inclusive, as incertezas. A clássica, newtoniana, e a Física Quântica. Onda, partícula, se a luz é uma coisa e não outra, concluindo-se que se  compõe de onda e partícula conjuminadas. Então, um leigo como eu, facilmente tem como certo, também, o incerto. Hoje, penso muito na passagem para um outro estado de espírito. Meus erros e falhas sinalizam mudanças e transformações pessoais e coletivas. Claro que o homem tem a ver com tudo o que acontece: caos, corrupção, atos de coragem e vandalismo, a arte e suas múltiplas linguagens, as nuances do bem e do amor... O humano como ser abominável ou gente capaz dos atos mais dignos e memoráveis. Tirar a responsabilidade dos seres nas coisas do mundo é atitude de profunda ignorância.
Tem me ocorrido que nossa vida possui duas frentes para frente e para trás. O passado, que não é só onda e partícula, possui massa. Costuma exercer pressões devidas e inesperadas. Pode ajudar e atrapalhar nosso dia a dia. Melhor ver o presente como idade de ouro, e tocar a vida com o versátil instrumento do corpo e da mente. Pitadas de espiritualidade contribuem para nos fortalecer. Aí volta a questão da utopia. O que não é distópico, mas verdadeiro, soa como notas de uma melodia extraordinária. Não se perder em elucubrações das que mais perturbam do que esclarecem. Sempre a luz, palavra indefinível caso a gente deseje interromper o movimento circular vicioso da busca do que “tudo sabe”. Imperfeição borda no tear das atitudes e dos conhecimentos.
Um dado que nos parece precioso é o de que, ao fraquejar, abrimos as portas para todo o tipo de assédio. Assédio do passado empobrecido; assédio do torvelinho do presente. Palavras, hoje, muito comuns como estresse, angústia, depressão, surgidas no caminho da ansiedade, demonstram fraquezas persecutórias, ou advindas da acumulação de fazeres e bens dos mais nutrientes aos surpléfuos.
Em tudo temos o jogo dos polos em constante interação. O negativo e o positivo, paradoxo em que a vida flui. O raciocínio simples de que o mais baixo gera o mais alto, da alegria se chega à tristeza, e o contrário de tudo que se polariza faz com que a existência se torne algo exemplar para o entendimento do papel de cada um no universo infinito. A animada grandiloquência exige um paradigma executável e cabível em todas as suas cores.
Raciocínios de causalidade, assim como os de sincronicidade fazem parte do que é capaz de nortear o processo evolutivo a que  somos devedores. Concluir que a existência é uma escola, onde se é avaliado pelas nossa ações e reações diuturnas. Há notas, sempre numa tessitura  misericordiosa, porém de infabilidade crescente, duradoura, como o nascer e o recolhimento para o sol. Não é este astro que imaginamos romper o dia e se recolher nas últimas horas de luz? Entender que nós nascemos e nos pomos para ele.


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