NO
COMEÇO É A AÇÃO
Ascânio
Betarello
Tenho
pensado nas minhas verdades. Elas servem para quê? Para mudar o mundo? Para
fortalecer meu próprio poder? Para eu ganhar nas loterias da vida? Qual a
origem das verdades? Meu racional é infalível? Ao falar em verdades surgem as
religiosas... Cada religião tem a sua própria balança e, desde que o mundo é
mundo, promoveram guerras e santidades. Alguém comete crimes citando livros sagrados.
Falam até em divindades, cada uma com um nome próprio. Pregam o balanço do certo e do errado, do bem
e do mal; pulverizam as consciências com noções as mais diversas. Uma delas – a
do pecado – é implantada desde a menor idade. Chegam a pedir para a criança que
confesse as suas porcarias... Quem financia a ideia de culpa parece que são os
psicanalistas, e certos religiosos. É culpado quem nos rouba, quem vende indulgências,
quem prescreve fórmulas para glórias mundanas, quem concentra renda, quem
discrimina pelo sexo, pela raça, pela forma de pensar... Quem receita sem
despertar processos de autocura... Parece que só entende de doença (quando
entende). Afinal, para que servem nossas verdades? Foi pensando em tudo isso
que conversei com o Janjão. Ele, um filósofo, me disse que nada é mais
importante do que o espírito de busca. O viver é um ato de imperfeição... Daí a
sua importância. No sofrimento pela busca para compreender o mundo e a vida surgem
as oportunidades. Principalmente nas crises. É quando crescemos num saber que é
sabedoria. Quer desafio mais bonito? Perceber que já não somos como éramos
antes. Não é o caso de se prender ao passado. Este pode nos matar no
retrocesso, quando nos prendemos ao que deveria estar escrito na areia, não na
pedra. Andar para a frente. O valor maior é o amor e a solidariedade. Sei que
isso precisa ser vivenciado para não estacionar no abstrato. Verdade não se
define, pois é processo – começo continuado. Agindo podemos compreender o que
antes não passava de ideias.
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