
Muitas pessoas bloqueiam seu lado mais humano e sentimental. Por vezes eu faço isso. É quando se fecha para as coisas do coração. Em alguns momentos advém surpresa com estados de momentânea felicidade e com as próprias lágrimas. Isso não dá para negar... Digo, ao surgir aperto na garganta, é a alma que fala. Aliás, palavras como alma, espiritualidade e energia são evitadas e negadas numa espécie de cientificismo materialista. Frieza e cálculo dificultam o entendimento de que o do que mais necessitamos está à nossa volta. É só se abrir para o que transcende à pobreza de um racionalismo superficial, conservador ou niilista. Sente-se horror com relação à palavra “santidade”, ainda mais a luta por ela. Crenças há que dificultam o desabrochar para algo além da vida de valores cotidianos consumistas. A dos fatos midiáticos, previsíveis e mensuráveis. Um bom desafio é desobstruir os canais da sensibilidade... Talvez seja o caso de usar as mãos... para auscultar... Uma pedra não é pedra para sempre. Nada é para sempre. Dá para corrigir mazelas. A expiação dos próprios erros... Nem todos a merecem. Crer só no que se é capaz de constatar através dos sentidos físicos? Há coisas, muito além das estrelas. Para onde fica tudo o que representa limites? Inteligência e emoção se confundem na energia que pulsa. Podemos prejudicar outrem por pensamentos, palavras e ações. No “outrem” cabe o que existe. Comum o receio de se empenhar em níveis compreensivos mais profundos. Chegam a nos inquietar e não nos permitem acomodar a consciência. Numa espécie de decantação, todo retrocesso de autodesenvolvimento é só aparente. Nenhum fracasso é definitivo. Uma amnésia nos acomete temporariamente e nos enseja renovação. Existe sempre a oportunidade de corrigenda. Toda falha cometida pode ter o vazio preenchido pela reparação. Todo ódio, quando se prolonga, extrapola, inclusive, a intenção de odiar... Não esquecer que somos possibilidades de possibilidades, para o bem e para o mal.
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