
Nossas verdades são mesmo verdades ou racionalizações de desejos?
Em minha última estada em Florianópolis fiquei conhecendo um instrumento primitivo, dos aborígenes australianos, segundo me informaram. Tão simples que, ao voltar ao Beiral das Pedras (Atibaia), já construí três. Até as crianças curtiram. O nome dele: digeridô ou “didgeridoo” (esta, talvez, a forma mais correta). Para outros dados, pesquisar na Internet (há inúmeros vídeos sobre esse tubo em que você sopra). Numa atitude do tipo “busca de origens” intuo o que é mais simples e essencial. Aquilo que não depende do que se aprende em escolas. O mais espontâneo e menos racional. Sei que temos um sistema instintivo pré-formado e sempre ativo, característico do homem. Muito antes de uma consciência reflexiva. Qualquer aprendizagem deveria ativar, principalmente, sistemas instintivos, cujo arquétipo já trabalha no inconsciente. Parece que o inconsciente tem a capacidade de analisar e concluir, da mesma maneira que o consciente. Nas pinturas que faço, costumo encontrar o que inconscientemente procuro. Invento? A própria palavra “inventar” vem do latim invenire, e significa “encontrar”. Encontrar, procurando. Já escrevi sobre o processo em que me parece haver uma previsão inconsciente do que acabo achando. Ações que a gente pratica sem se refletir nelas. Fausto, de Goethe diz que no começo era o ato. Característica é a fusão que realizo entre arte e vida. Embora tenha participado de algumas exposições temáticas, prefiro retrospectivas em que não me detenho em “receitas” pré-concebidas. Cada obra que realizo se relaciona com momentos vividos.
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