
Não sinto fascínio por coisas comezinhas. Poderia alimentar pesadelos com elas. Ao fugir de megaeventos com grande poder de mercado eu me recuso a ser espectador do que não é nem puro Dionísio, nem puro Apolo.
O pior é o meio termo cadavérico, que já não cheira bem pelas concessões. É o fazer pelos resultados quantitativos que se obtêm. Alguma pitada de inovação criativa pode ocorrer. Mas a gente não se sente dentro da coisa públicada. No simples pode-se ter uma poética beleza. Talvez só aí. Prosaísmo e circunstância chegam a camuflar o que faz bem para o espírito. Como fugir dos grandes encontros que pouco têm a ver com verdadeiros encontros? Fora da intuição sobra pouco. Eu não me encaixo nem na direita, nem na esquerda. Posso ser visto como puro reacionário ou sujeito que fica em cima do muro. Não pertenço ao público badalador de qualquer coisa e posso até ser visto como um maldito que torce a boca para a unanimidade jovem. Não tenho hábitos austeros mas vou recusando o feérico de aprovação coletiva e midiática. Meus modos de encarar as coisas não são tão graves como poderia parecer. Será que me equilibro entre erros e acertos? Não quero viver assombrado pelos meus próprios demônios... Prefiro conversar com eles. Na realidade, têm sido exus do bem. A grande vantagem é não serem santos, tendo os pés no chão em que vivemos. Das minhas escorregadelas surgem alguns acertos, testados no meu pequeno convívio diário, com a família e poucos amigos. Cada vez menos aflição e expectativa. Um navegar que é preciso.
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