22/08/2010

SER ORIGINAL

Eu me considero um escritor/leitor. Leio para escrever e escrevo para ser lido. O primeiro leitor sou eu. Difícil ter ideias novas face a tantos estímulos condicionantes. Aquela sensação gostosa no ato que se julga criativo pode ser sintoma de que algo original está ocorrendo. Ainda que relativas, ideias e imagens tidas como de nossa própria lavra, podem ensejar o impulso da escrita e do registro. Talvez a gente mais adapte do que crie. É único o frescor do momento em que o texto ou a imagem vibram com nossa marca pessoal. Nesses tempos de internet e de “cópia e cola”, se a intenção é não ser original, cabe lamentar. Imitação de forma deliberada, de modo a matar o autor, passa a ser afronta ao indivíduo como “pessoa humana”. Não passa de impostura em qualquer sociedade letrada. Neste mesmo texto me baseio na matéria “Originalidade e plágio”, de Antonio Cícero, publicada na Folha de 21-8-2010. Palavras são articuladas num estilo que é meu. Se o resultado foi apropriação da ideia, por ter apreciado, me vejo motivado a recriar o texto. Ainda que tenha perdido em erudição, sem que cite pensadores, poetas e estudiosos do assunto, o efeito da matéria na minha pessoa foi esclarecer e fortalecer noções que incluem o aspecto ético.

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